STSS denuncia violação do direito à greve por parte de algumas instituições
Em causa estão, por exemplo, situações ocorridas na ULS de Santo António, no Porto, e no IPO de Lisboa.
Durante a paralisação em curso dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica foram verificadas graves violações ao direito à greve em algumas instituições de saúde, nomeadamente na ULS de Santo António, no Porto, e no IPO de Lisboa, que serão denunciadas à Procuradoria-Geral da República. A denuncia é feita pelo STSS – Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica que considera a situação inaceitável.
Na ULS de Santo António foi efetuada a alteração ao sistema informático para que todos os pedidos de análises clínicas fossem considerados urgentes mesmo não o sendo. Já no IPO de Lisboa, os Técnicos de Anatomia Patológica foram coagidos, porque estando a exercer o seu direito à greve foram chamados para cumprir serviços mínimos que não estavam previstos.
Para Luís Dupont, Presidente do STSS, “estes incidentes violam um direito fundamental dos profissionais e serão prontamente reportados às entidades competentes para que se atue sobre as instituições em causa”.
PROFISSIONAIS ESPERAM QUE MINISTRA DA SAÚDE CUMPRA OS COMPROMISSOS ASSUMIDOS PUBLICAMENTE
Na passada terça-feira, 29 de outubro, centenas de Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica manifestaram-se, em frente ao Ministério da Saúde, e entregaram uma moção, aprovada por unanimidade e aclamação, reiterando as suas reivindicações e o profundo descontentamento com a ausência de respostas e de respeito da tutela. Este documento representa a voz destes profissionais, essenciais para o SNS, que exigem respeito e condições justas.
“Não somos os outros, somos como os outros (profissionais de saúde). Somos todos fundamentais. Merecemos respeito e valorização. Por isso, aguardamos o avanço das negociações, conforme afirmado pela Ministra da Saúde e exigimos que o Governo cumpra os compromissos assumidos com estes profissionais de saúde” salienta Luís Dupont. Concluindo, “entre profissionais de saúde, não há prioridades. Cada um desempenha um papel essencial e o foco deve sempre estar no bem-estar dos utentes. A população merece o respeito e o compromisso dos governantes, com políticas que valorizem todos os profissionais”.
A adesão à greve tem sido expressiva, atingindo em média 85% ao longo dos quatro dias, com algumas instituições e serviços a registarem adesões de 100%.